PEÇA DO PUZZLE - Paulo e Gisela Peniche

"Tive sempre a meu lado uma família que nunca me deixou faltar nada e me ensinou bons princípios. Aos 17 anos, ainda estudante, comecei por fumar haxixe e beber bebidas alcoólicas em excesso, de certa maneira para fazer parte do grupo de amigos que acompanhava.

Aos 20 anos, experimentei a heroína, consumi esta droga durante 8 anos, juntamente com outras drogas (àcido, coca e comprimidos).

Nos primeiros tempos, não tive consciência do buraco onde me tinha metido, era um rapaz vivo e saudável. Rapidamente me apercebi que a minha vida estava a perder sentido, achei-me deprimido e só.

Tentei várias vezes deixar de consumir, fiz muitas paragens de dias, sempre acompanhado de comprimidos mas voltava sempre ao mesmo. Pedi ajuda ao meu pai, pela primeira vez, por volta dos 23 anos e ele levou-me a Lisboa, a um psiquiatra que só me receitou mais comprimidos.

Pouco tempo depois tive Hepatite B e permaneci em casa durante 2 semanas. Foi nessa altura que recebi a visita de uma senhora que me falou de Deus e do seu poder libertador. Gostei de a ouvir mas assim que melhorei da Hepatite, voltei ao mesmo, arrastando comigo a minha família.

Não passou muito tempo e tive outra oportunidade (hoje sei que Deus tentava entrar na minha vida). Conheci uma rapariga, a Gisela, que hoje é minha esposa e que me falou do Desafio Jovem, no Amor de Deus e insistiu comigo para que fosse ao Café Convívio que, na altura, era em Setúbal.

Eu gostava de ouvir falar de Deus mas não encarava muito bem a ideia de ir para um centro. Só passados 5 anos é que eu comecei a frequentar o café convívio, sempre na ilusão de conseguir sair do mundo das drogas sem ajuda de Centros.

Frequentei o café Convívio durante 8 meses e os testemunhos que ouvi, o amor que senti da parte dos cooperadores ao longo desse tempo, ajudaram-me a dar o passo mais acertado que alguma vez podia ter dado.

Ao fim de 14 meses, acabei o programa e vim trabalhar para uma carpintaria. Fui fiel no pouco e assim fui "crescendo" ao nível profissional, passando a assumir maior responsabilidade, com a ajuda de Deus.

Casei com a Gisela em 1995, frequentamos a Assembleia de Deus de Sines e juntos servimos ao Senhor.

Faço parte do Café Convívio que abriu em Setembro de 2000, em Sines e sou cooperador de escala; a minha esposa é Professora da Escola Dominical.

DEUS É FIEL, VALE A PENA SEGUI-LO!"

Paulo Peniche

PEÇA DO PUZZLE - Vera Lúcia Telo

Hoje ficamos a conhecer melhor uma das muitas "peças" do nosso puzzle.

Chama-se Vera, é casada com o Ezequiel e têm um filho, um menino de 3 aninhos chamado David Alexandre.

Congregam na igreja de Alcácer do Sal e servem ao Senhor no Grupo de Louvor.

Vera, conta-nos um testemunho da tua vida com Deus---


Olá a todos! O meu nome é Vera Lúcia Telo, tenho 28 anos, sou casada, tenho um filho com 3 anos e congrego na igreja de Alcácer do Sal, onde fui baptizada a 17/10/2006. Gostaria de compartilhar um testemunho pessoal.


Tudo começou no dia 6 de Junho de 2006, uma terça-feira, parecia um dia calmo. Fui com o David á vacina, depois do David levar a vacina a enfermeira disse-me que eu tinha de esperar meia hora e eu disse-lhe que não tinha tempo para esperar. Então disse-me para me ir embora mas não dizer nada a ninguém.
Caros visitantes, está aqui a prova que não devemos ter pressa para nada porque quando me ia embora o meu marido disse-me que a minha mãe vinha a caminho do hospital, tinha-se sentido mal no trabalho. Então eu fui ter com a minha irmã e com o meu pai que já estavam á espera dela, agarrei-me á minha irmã e perguntei-lhe: o que foi que aconteceu? Ela respondeu: a nossa mãe vem mal. Então eu agarrei-me a ela e choramos as duas.
Pouco tempo depois chega a ambulância com a minha mãe, aproximei-me com o meu pai e a minha irmã e com o meu filho David ao colo, comecei a chorar porque vi que a minha mãe vinha mal. O meu pai tirou-me o David do colo e disse-me para ter calma.
Depois levaram a minha mãe para dentro, para as Urgências, mas não conseguiam baixar-lhe a tensão, então eu comecei a desesperar. Depois telefonei para a minha prima Raquel e pedi que ela dissesse á minha tia Maria para orar pela minha mãe. A Raquel disse que lhe ia dar o recado e depois iam ter connosco ao hospital.
Logo mais chegaram elas, eu e o meu pai e a minha irmã estávamos sentados á porta do hospital e elas sentaram-se ali ao pé de nós. Estávamos a conversar quando a minha tia me disse que o Senhor ia levar a minha mãe.
Pouco tempo depois o médico mandou-nos chamar para nos dizer que tinham de mandar a minha mãe para o hospital de Setúbal porque não conseguiam baixar-lhe a tensão. Logo mais chega a ambulância e eu fui com a minha mãe para Setúbal.
Quando lá chegamos o médico fez-me algumas perguntas sobre a minha mãe e depois disse-me para esperar um pouco, iam fazer exames á minha mãe para ver o que se passava com ela. Então eu fiquei á espera uns 20 minutos, o médico voltou e disse-me: a sua mãe tem uma bolha de sangue na cabeça (embolia cerebral), não há nada a fazer nem tem operação. Perguntei-lhe: o doutor está a dizer que eu vou ficar sem a minha mãe? Ele respondeu: sim, a verdade é esta, agora é só esperar para ver até quando a sua mãe aguenta. Ela agora vai ficar no S.O. mas se estiver mais alguém para ver a sua mãe nós deixamos entrar. Então eu fui chamar o meu pai e a minha irmã mas antes deles entrarem eu tive que lhes dizer toda a verdade. Foi muito duro para mim e para eles.
No outro dia nós fomos ver a minha mãe, estava ligada ao soro e não falava, só chorava. A minha mãe esteve internada quatro dias.
Na sexta-feira á tarde a minha mãe faleceu á minha frente e á frente do meu pai. Só o Senhor me pôde dar tanta força para suportar tudo isto porque, quando a minha mãe faleceu, o meu pai sentiu-se mal e eu estava ali com a minha mãe já sem vida e o meu pai quase a desmaiar nos meus braços.
Hoje agradeço ao Senhor por ter levado a minha mãe porque se ela ficasse numa cama sem falar, sem se mexer, era muito pior para ela e para nós. Está aqui a prova de que o Senhor é bom e me ama.
Quando terminei de escrever este meu testemunho fui orar ao Senhor e Ele deu-me este versículo: “Porque o exercício corporal para pouco aproveita mas a piedade é útil para tudo, ela tem promessas para a vida presente e futura.” - I Timóteo 4.8


Caros visitantes, fiquemos humildes na presença do Senhor, nada somos, nada sabemos, nada possuímos. Fiquemos com a palavra de Deus não lhe acrescentando coisa alguma, não retirando absolutamente nada. Não queiramos vaidade nem riqueza, nem pobreza mas o pão-nosso de cada dia, a graça e a misericórdia do Senhor. Fiquemos com a salvação que Ele nos oferece. Ámen.

PEÇA DO PUZZLE - Nelson Rato


Entrevistamos o Pr. Nelson, responsável pelo Centro de Recuperação de Alter do Chão, que visitou a nossa área com alguns dos rapazes que estão no programa do Desafio Jovem. Neste momento, o Centro conta com a presença de 26 rapazes.







(Centro de Recuperação de Castanheira do Ribatejo )





GE – Olá Nelson, obrigado pela oportunidade. Fala-nos um pouco de ti…


Nelson – O meu nome é Nelson Rato e conheci o Desafio Jovem há 13 anos. Tinha problemas com drogas e fiz o programa do Desafio Jovem. Estive a trabalhar fora, no aeroporto, mas sempre tive o desejo de trabalhar no Desafio Jovem, ajudar outros tal como me ajudaram a mim.

Entrei para o Instituto Bíblico, para a “Operação Josué”, casei com a Marta e fomos trabalhar para o Centro de Recuperação da Castanheira como conselheiros.

Estivemos lá 3 anos, lá nasceu o nosso 1º filho, o Bernardo e depois fomos para o Centro de Alter do Chão onde estivemos a trabalhar como cooperadores, como conselheiros.

Fomos então desafiados para assumir a responsabilidade do Centro, lá nasceu o nosso 2º filho, o Gonçalo; este já é alentejano puro (risos). Tenho 34 anos e sou bom rapaz...

(Centro de Recuperação de Alter do Chão)


GE – Conta-nos como foi o teu primeiro contacto com Deus…



Nelson – O meu pai era alcoólico, eu e o meu irmão éramos toxicodependentes e a minha mãe andava desesperada, sempre triste, andava sempre a lamentar-se onde quer que fosse. E um dia alguém, uma irmã, convidou-a para ir á igreja para que orassem por ela e contou-lhe que o pastor daquela igreja também tinha tido problemas com drogas mas que hoje era um homem de Deus, era casado, tinha refeito a sua vida…e a minha mãe começou a ir á igreja.
Eu vivia na rua, em Bilbau – Espanha, e um dia entrei em contacto com a minha mãe que me disse para vir para Portugal, que agora ia a uma igreja cujo pastor já tinha sido como eu e que ia conseguir colocar-me num centro de recuperação. Fui para o centro, fiz o programa, comecei a ouvir a palavra de Deus e esse foi o meu 1º encontro com Ele.



GE – Quando e como surgiu o desejo de servir a Deus a tempo inteiro?



Nelson – Foi num culto. Estávamos em jejum nesse dia e, no culto da manhã, o pregador falou na passagem bíblica dos 10 leprosos que Jesus curou e só 1 voltou atrás para agradecer, os outros 9 foram embora. No final, o pregador perguntou: “Todos vocês estão aqui a receber ajuda. Quantos de vocês vão ser como os 9 que foram embora e quantos vão querer ficar com Jesus para sempre?”
Aí eu entendi que era uma chamada de Deus para o servir a tempo inteiro e percebi que me iria sentir uma pessoa realizada ao servir outros, ao abençoar outros, ao ajudar outros, assim como me fizeram a mim.


GE – Qual a personagem bíblica que mais te marcou, com quem mais te identificas?



Nelson – Para mim, sem dúvida, é Davi. Identifico-me muito com a maneira dele buscar a Deus e também com as dificuldades que ele tinha. Acho que Davi era um homem muito honesto e tinha uma grande intimidade com Deus e, uma das coisas que eu mais desejo é ter intimidade com Ele, conhecer o Seu coração. Davi era chamado “o homem segundo o coração de Deus”.



GE – Qual a qualidade humana que consideras mais importante?



Nelson – Acho que é muito difícil resumir a uma qualidade mas penso que é a autenticidade, o ser genuíno, o ser uma pessoa autêntica. Porque se és autêntico, isso implica seres honesto, sincero, correcto, verdadeiro, não és falso e as pessoas apercebem-se da tua autenticidade.



GE – Tens alguns projectos em mente para o futuro?



Nelson – Eu sempre tive objectivos e alvos, ainda que não ponha expectativa nesse sentido. Se os desafios vêm á minha vida, á medida que eles vêm surgindo eu aceito-os como desafios de Deus na altura. Não perspectivo as coisas desta forma: um dia quero isto, um dia farei aquilo… não. Quero fazer aquilo que Deus me pede para fazer, estar envolvido, desenvolver…acima de tudo, cuidar de pessoas. É isso, cuidar de pessoas.



GE – Deixa a tua mensagem…



Nelson – Eu já vivi dos dois lados. Eu sei o que é dormir na rua, fugir á polícia, passar fome, andar aos caixotes do lixo, sei o que é ter muitas gramas de cocaína e heroína no bolso, sei o que é traficar e sei o que é ter muito dinheiro.Já experimentei esse lado da vida e tenho experimentado, nestes últimos 13 anos, viver com Deus. Hoje tenho autoridade para dizer que não vale a pena viver uma vida sem Deus e que, com Deus, nós podemos “curtir”, podemos ter uma vida preenchida e realizada, sem religiosidade, podemos ser pessoas que riem, brincam, que têm os seus hobbies, que têm os seus sonhos, que têm uma família, sem ter de recorrer a drogas ou a outras substâncias para obter isso tudo.Mas lá está, só experimentando. Por mais que eu ou alguém diga que viver com Deus é bom, a menos que a pessoa experimente, dê o benefício da dúvida e experimente, nunca vai perceber de facto o que é ser cristão e estar com Deus.A prova de que a vida sem Ele não presta é a degradação que a nossa sociedade está a sofrer, e á medida que a raça humana vai evoluindo sem Deus, vai-se degradando cada vez mais á procura de alguma coisa que Deus tem.



Obrigado Pr. Nelson, oramos por si e pela sua família para que continuem a deixar que Deus vos use para abençoar a vida de outras pessoas e abençoe o vosso ministério.

Sobre nós

A minha foto
IGREJA ASSEMBLEIA DE DEUS PENTECOSTAL DE GRÂNDOLA

Arquivo do blogue